Resumo da pesquisa antimicrobiana com os óleos essenciais da Harmonie.
Entre os patógenos mais comuns em infecções comunitárias e hospitalares estão espécies de bactérias gram-negativas, gram-positivas e de fungos, e alguns exemplos, são os patógenos das espécies Escherichia coli (comumente isolada do trato urinário, feridas cirúrgicas e sangue), Pseudomonas spp. (comumente isolada do trato urinário, respiratório e de queimaduras), Klebsiella spp (comumente isolada do trato urinário, respiratório e feridas cirúrgicas), Staphylococcus aureus (pele, feridas cirúrgicas e sangue) e Candida albicans (trato urinário e sangue). Além disso, o surgimento de microorganismos resistentes a antibióticos tem se tornado um importante problema, inclusive a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a resistência antimicrobiana é uma das 10 principais ameaças à saúde pública.
Uma pesquisa recente, realizada na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina, investigou a atividade antimicrobiana de óleos essenciais frente a espécies de bactérias e leveduras de importância clínica em humanos. Para os testes antimicrobianos in vitro, foram selecionados dez óleos essenciais do portfólio da empresa Harmonie Aromaterapia, que baseado em evidências de acordo com a prática clínica aromaterapêutica, são indicados para lesões de pele como acne, dermatites, infecções bacterianas como bronquite, pneumonia e cistite, além de infecções fúngicas como pé de atleta e candidíase. Entre os dez óleos essenciais testados estão o de Cymbopogon flexuosus (Capim-limão), Copaifera officinalis (Copaíba), Ocimum basilicum (Manjericão), Origanummajorana (Manjerona), Origanumvulgare (Orégano), Schinusterebinthifolius (Pimenta rosa), Cyperusarticulatus (Priprioca), Salviasclarea (Sálvia esclaréia), Amyrisbalsamifera (Sândalo amyris) e Thymusvulgaris (Tomilho). As avaliações antimicrobianas destes óleos essenciais foram realizadas frente às bactérias Staphylococcusaureus (isolado clínico resistente à meticilina MRSA USA 400 e a linhagem ATCC 29213 sensível meticilina), Klebsiellapneumoniae (ATCC 700603), Escherichiacoli (ATCC 25922 e ATCC 35218), e a levedura Candida albicans (ATCC 14053). Inicialmente, a atividade antimicrobiana dos dez óleos essenciais foi avaliada através do método discodifusão na concentração de 100% e posteriormente os óleos que apresentaram melhor desempenho foram testados pelo método de microdiluição em caldo, para a determinação da concentração inibitória mínima (CIM), onde os óleos foram testados nas concentrações de 16 µl/mLa 0,06 µl/mL (diluições seriadas 1:2).
Os dados dos testes realizados pelo método de disco de difusão indicaram que dos dez óleos essenciais testados, cinco obtiveram os melhores desempenhos, apresentando resultados classificadas como “sensível”, “muito sensível” e “extremamente sensível”, foram eles: Capim-limão, Manjericão, Manjerona, Orégano e Tomilho. Os óleos essenciais de orégano e tomilho obtiveram um dos melhores resultados, com destaque nas bactérias S. aureus ATCC 29213 e S. aureus MRSA, onde ambos os óleos apresentaram efeitos classificados como extremamente sensíveis. Entretanto, os outros cinco óleos essenciais, apresentaram atividade classificada como não sensível (tamanho de halo de inibição ≤ 8 mm), frente aos microrganismos testados. Os resultados dos testes realizados pelo método de microdiluição em caldo, demonstraram que o óleo essencial de Capim-limão apresentou o valor de CIM de 16 µL/mL para todas as cepas bacterianas, exceto para a K. pneumoniae ATCC 700603, que obteve um valor de CIM maior que 16 µL/mL. O óleo essencial de manjericão apresentou uma CIM maior que 16 µL/mL para S. aureus ATCC29213 e E. coli ATCC 25922 e ATCC35922, já nos demais microrganismos o valor de CIM foi de 16 µL/mL. O óleo essencial de manjerona apresentou um valor de CIM maior de 16 µL/mL para todas as cepas bacterianas, exceto para K.pneumoniae ATCC 700603. Ainda, os óleos essenciais de orégano e tomilho foram os que apresentaram o melhor perfil de atividade antimicrobiana em ambos os testes realizados, com um dos menores valores de concentração inibitória mínima (CIM = 8 µL/mL), para todas as cepas bacterianas testadas.
Portanto, o estudo detectou que dos dez óleos essenciais estudados, cinco possuíram atividade antibacteriana e/ou antifúngica. O estudo cita que o fato de não terem sido observados resultados inibitórios para alguns dos óleos essenciais, não invalida a realização de novos estudos de natureza microbiológica e farmacológica nessas espécies. Embora mais estudos sejam necessários, a pesquisa demonstra que os óleos essenciais têm potencial para serem estudados como compostos antimicrobianos alternativos e que estes possivelmente possam ser utilizados em formulações naturais, para tratar infecções leves na sua forma isolada ou combinada a outros antibióticos.
Bibliografia: