Série Bê-á-bá da Aromaterapia | Segunda parte: Obtenção e uso dos óleos essenciais

Olá! Essa é a segunda parte do nosso manual básico de aromaterapia e óleo essencial. Se você não viu a primeira parte, clique aqui.

Hoje falaremos sobre o local onde se encontra o óleo essencial na planta e como esse óleo é retirado dali. Também vamos abordar as diferenças entre o óleo essencial e outros produtos, e como saber se o frasquinho que você está comprando contém óleo essencial puro.


O óleo essencial na planta

Óleos essenciais são compostos voláteis produzidos pelas plantas para sua sobrevivência. São usados para atrair insetos polinizadores, por exemplo, ou afastar os predadores.

As bolsas onde ficam armazenados os óleos essenciais na planta são denominados tricomas. Estes tricomas são rompidos naturalmente pela planta em determinadas situações, liberando o óleo essencial, que forma uma espécie de nuvem aromática ao seu redor. Por esta razão, o óleo essencial é descrito como sendo a alma ou a energia vital da planta.

Tricomas em folha

Como os óleos essenciais são obtidos?

Existem 2 métodos principais de extração utilizados hoje:

Óleos essenciais presentes em folhas, raízes, flores, madeira – como os de lavanda, hortelã pimenta, cedro, vetiver – são normalmente destilados a vapor. Nesse processo o vapor de água passa através de um recipiente que contém as plantas e carrega consigo o óleo essencial. Esse vapor é então resfriado, volta a ser líquido, e água e óleo essencial se separam em fases distintas.

Já a prensagem a frio é utilizada para óleos essenciais cítricos, que não podem ter contato com alteração brusca de temperatura, como de tangerina, grapefruit e bergamota. Como o nome indica, as frutas são amassadas para liberar o óleo essenciais contidos nos tricomas existentes na casca. Depois, por centrifugação, separa-se a fase rica nos óleos essenciais.

Também há outros processos, como o uso de solventes, a enfleurage, entre outros. Mas isso já é assunto para outro texto.

Preparação a extração de óleo essencial de gerânio por destilação a vapor

Quanto posso usar de cada óleo essencial?

Os óleos essenciais são substâncias naturais muito concentradas obtidas de plantas medicinais, o que exige cuidado na hora de utilizar. Com poucas gotas você consegue obter efeitos físicos, emocionais e vibracionais muito eficientes, e sem causar danos ao seu organismo pela superdosagem. O que precisamos entender é que, apesar de 100% naturais, os óleos essenciais podem sim apresentar efeitos indesejados.

No caso do eucalipto, por exemplo. Com esse óleo essencial podemos tratar inflamações, problemas respiratórios, melhorar a concentração, reduzir a ansiedade e até eliminar piolhos. Mas, justamente por essa gota ser tão ativa, pode causar danos quando aplicada de forma errada ou em pessoas com fatores de risco.

Qual a diferença entre óleos essenciais e essências?

Os óleos essenciais são substâncias naturais concentradas que proporcionam benefícios terapêuticos, muito além de apenas aromatizar ambientes. São formados por moléculas capazes de interagir com nosso sistema límbico e, com isso, induzir o cérebro a produzir neurotransmissores, que geram estímulos variados no corpo.

Já essências sintéticas não possuem efeito terapêutico e são utilizadas apenas para perfumar superficialmente.

Por exemplo, se você tem dificuldades para dormir, pode usar o óleo essencial de lavanda para ajudar a relaxar e adormecer. Já se comprar a essência sintética de lavanda, esta não trará beneficio terapêutico algum (não vai ajudar no sono), apenas perfumará o ambiente.

Qual a diferença entre óleos essenciais e óleos vegetais?

Ambos são extraídos das plantas, mas…

Óleos essenciais são formados por pequenas moléculas classificadas como terpenos, que são altamente interagentes em contato com nosso corpo. Por isso são considerados princípios ativos.

Óleo vegetal é uma gordura extraída geralmente de sementes. É formado em sua maioria pelos triglicerídeos, grandes cadeias de hidrocarbonetos ligados a glicerol. Na aromaterapia são utilizados como base – veículo de diluição ou carreador – para aplicar os óleos essenciais no corpo.

Além de servir como base, os óleos vegetais, quando prensados a frio e bem armazenados, possuem diversas vitaminas e outros componentes que nutrem e amaciam a pele e cabelos . E podem também ser utilizados sozinhos em tratamentos estéticos corporais , faciais e capilares.

Aqui fizemos um estudo mais aprofundado sobre as diferenças entre óleos essenciais e óleos vegetais.

Como saber se estou comprando um óleo essencial puro e de boa procedência?

Na hora de comprar um óleo essencial, confira se o rótulo apresenta as seguintes informações:

*Nome científico: Para que fique claro qual foi exatamente a espécie utilizada para a obtenção daquele óleo essencial.

*País de origem: O óleo essencial obtido de plantas da mesma espécie, porém cultivadas em diferentes locais, possui composição química diversa. Um exemplo clássico é a lavanda. A cultivada na França, em locais de grande altitude, possui propriedades calmantes. E a mesma espécie cultivada mais ao nível do mar, tende a ser mais estimulante, por conter diferentes níveis de compostos químicos.

*Registro na ANVISA: Algumas marcas de essências possuem registro, outras não. Mas óleos essenciais obrigatoriamente necessitam desse registro.

* Endereço e CNPJ: Os consumidores devem ter livre acesso a essas informações para que a comunicação com a empresa seja fácil.

Caso o rótulo já não apresente alguma dessas informações, desconfie. Também vale fazer uma pesquisa sobre a marca, para ter certeza de que é confiável. Desta forma, você evita comprar por engano essências sintéticas, que não possuem propriedades medicinais.

Preço: Algo que não está no rótulo, mas também diz muito sobre o óleo essencial. A quantidade de planta necessária para a produção de um OE varia conforme a espécie, e o trabalho de plantio de cada uma e preparo para a destilação também é diverso. Assim, cada OE tem um preço. Custam, em média, entre R$ 15,00 e R$ 70 – cada 10 ml – com exceções.

Se ao chegar em lugar para comprar OE todos os aromas estiverem com o mesmo preço, desconfie.

Para saber mais sobre a boa procedência de um óleo essencial, acesse esse link.

Como funciona o difusor pessoal?

O difusor pessoal, também chamado de colar aromatizador, tem o propósito de ser receptáculo para uma gota de óleo essencial. Ele permanece no pescoço durante o dia inteiro, e essa gotinha de óleo vai se dispersando e, aos poucos, vamos inalando e absorvendo. É um acessório estratégico. Com ele não é necessário parar para fazer uma aplicação de  aromaterapia, conseguimos ter contato com o óleo essencial escolhido em qualquer lugar e por tempo integral.

Veja essa postagem no nosso Instagram que fala mais sobre os difusores pessoais.

Utilize sempre óleos essenciais de acordo com a indicação terapêutica de cada um, e preferencialmente consulte um aromaterapeuta.

Ah, e a terceira parte do Bê-Á-BÁ da aromaterapia já está disponível nesse link.



Textos originais por Daiana Petry,
Reedição por Cristiane Corrêa, junho de 2019

2 comentários em “Série Bê-á-bá da Aromaterapia | Segunda parte: Obtenção e uso dos óleos essenciais

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